Dia Mundial de Combate ao Diabetes: Conscientização e Prevenção no Brasil
Nesta quinta-feira, 14 de novembro, o mundo celebra o Dia Mundial de Combate ao Diabetes, uma data dedicada à conscientização e à prevenção dessa doença que atinge milhões de pessoas globalmente. No Brasil, o cenário é preocupante: o país ocupa a quinta posição no ranking mundial de incidência de diabetes, com 16,8 milhões de pessoas diagnosticadas, segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Isso representa cerca de 10,2% da população adulta brasileira, destacando a urgência de ampliar a prevenção e melhorar o tratamento.
O diabetes é uma doença crônica que se desenvolve de forma silenciosa, muitas vezes sem sintomas aparentes, mas que pode causar complicações graves se não for controlado adequadamente. A doença afeta a capacidade do corpo de regular os níveis de glicose no sangue, o que, se não gerido corretamente, pode prejudicar órgãos como o coração, rins, olhos e nervos.
Segundo a pesquisa Vigitel Brasil 2023, houve um aumento na prevalência de diabetes no Brasil, subindo de 9,1% em 2021 para 10,2% em 2023. A pesquisa também revelou que o diagnóstico é mais comum entre mulheres (11,1%) do que entre homens (9,1%). Esse aumento é um alerta sobre a necessidade de maior conscientização e ação preventiva.
Em conversa com Natália Adame, presidente da Associação dos Diabéticos de Nova Friburgo (Adinf), e a endocrinologista Thaís Lengruber, ambas reforçaram a importância desta data para conscientizar a população. Thaís destacou que o diabetes é uma "doença silenciosa", e muitos portadores desconhecem seu diagnóstico, o que aumenta o risco de complicações graves. "O controle da glicose é fundamental para evitar problemas como doenças renais, cardíacas e danos à visão", explica a endocrinologista.
Natália também destacou o trabalho da Adinf, que atua com um acompanhamento multidisciplinar, oferecendo apoio não apenas médico, mas também psicológico e nutricional aos pacientes. A instituição conta com parcerias importantes, como o Rotary Club Suspiro, que há 17 anos colabora fornecendo insulina e materiais para o tratamento de pacientes.
O diabetes é classificado em dois tipos principais: tipo 1 e tipo 2. O diabetes tipo 1 é autoimune e geralmente se manifesta na infância ou adolescência, requerendo o uso contínuo de insulina. Já o diabetes tipo 2, o mais comum, está relacionado ao estilo de vida, como obesidade e sedentarismo, e pode ser gerido por meio de mudanças nos hábitos diários e, em alguns casos, medicamentos.
Embora a conscientização e a prevenção sejam essenciais, os diabéticos no Brasil enfrentam desafios significativos em termos de acesso a tratamentos avançados. Muitas tecnologias, como bombas de insulina e sensores de glicose, que facilitam o controle da doença, ainda são inacessíveis para uma parcela significativa da população. Além disso, a falta de equipes especializadas e multidisciplinares agrava o cenário de quem precisa de um acompanhamento completo e personalizado.
Apesar dos obstáculos, a tecnologia tem trazido avanços importantes, como aplicativos para controle da glicemia e inteligência artificial, que auxiliam no monitoramento mais eficaz da doença, oferecendo maior autonomia aos pacientes.
O Dia Mundial de Combate ao Diabetes é uma oportunidade para lembrar a importância de políticas públicas que ampliem o acesso a tratamentos inovadores e fortaleçam o suporte aos diabéticos. Além disso, reforça a necessidade do autocuidado, que inclui uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e controle contínuo da glicose.
Como bem destacou Natália Adame: "É possível viver com diabetes e ter uma vida plena. O importante é o cuidado diário e o acesso a informações e tratamentos adequados."