“Imagina gerar uma criança, cuidar e esse amor se transformar em medo”, desabafa Lara Aquino sobre a morte da mãe em Campos
Na manhã desta quarta-feira (13), Lara Aquino, irmã de Carlos Eduardo Aquino, participou do programa Encontro, da TV Globo, onde compartilhou sua experiência dolorosa após perder sua mãe, Eliana Tavares, de 59 anos, morta após ser atropelada pelo próprio filho em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. O caso chocou o Brasil pela brutalidade e violência familiar envolvida.
Durante a entrevista, Lara revelou as constantes agressões de Carlos Eduardo contra a mãe e também contra ela mesma. “Eu comecei a presenciar as agressões ainda na adolescência. Eu via o que ele fazia com a minha mãe e entrava no meio para defendê-la, e por isso, ele também me agredia”, contou.
Lara relatou o sofrimento de Eliana, que, apesar das agressões, ainda mantinha um profundo amor pelo filho. "Ela era uma mãe que gerou, cuidou, mas o amor dela acabou se transformando em medo. Ela não tinha como reagir, ele era maior e mais forte. Mesmo com tudo isso, ela ainda amava o filho", desabafou Lara.
Ela também destacou o sentimento de impotência que sentia ao tentar buscar ajuda. “A gente ia até a polícia. Eu denunciei várias vezes, mas nada mudava. Ele parecia imparável, e a violência só aumentava”, afirmou.
Eliana Lima Tavares foi atropelada por Carlos Eduardo Aquino enquanto andava de bicicleta elétrica no bairro Jardim Carioca, em Guarus, na noite do dia 29 de outubro. Carlos, que já tinha um histórico de violência, foi preso e indiciado por feminicídio, além de cinco lesões corporais. Inicialmente, ele ficou detido em Campos dos Goytacazes, mas foi transferido para o presídio de Itaperuna, no Noroeste Fluminense.
O crime, que ocorreu em plena via pública, causou grande comoção tanto em Campos quanto em outras regiões do Brasil. Além das acusações de feminicídio, o comportamento agressivo de Carlos Eduardo levanta debates importantes sobre a violência doméstica e a eficácia das medidas protetivas em casos de reincidência.
Lara concluiu a entrevista pedindo justiça pela morte da mãe, mas também alertando para a necessidade de atenção às denúncias de violência familiar. “Minha mãe não vai voltar, mas eu espero que essa tragédia sirva para alertar outras famílias e autoridades. Ninguém deveria passar por isso”, finalizou.