O Supremo Tribunal Federal (STF) anulou, nesta segunda-feira (28), todas as condenações contra o ex-ministro José Dirceu no âmbito da Operação Lava Jato. A decisão foi proferida pelo ministro Gilmar Mendes, que considerou que os atos processuais conduzidos pelo ex-juiz Sergio Moro e a força-tarefa de Curitiba comprometeram a integridade do processo. Dirceu, que havia sido condenado a mais de 23 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, recupera agora seus direitos políticos.
A defesa de José Dirceu argumentou que, assim como no caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a suspeição de Moro deveria ser estendida ao ex-ministro. O STF já havia declarado a parcialidade de Moro em processos contra Lula, o que agora também beneficia Dirceu. Em sua decisão, Gilmar Mendes destacou que as ações conduzidas em Curitiba expunham indevidamente os réus e serviam como um "ensaio" para futuras acusações, inclusive contra Lula.
Com a anulação das condenações, José Dirceu deixa de ser considerado "ficha-suja" e retoma sua elegibilidade política. A decisão ainda será enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde tramitam outros recursos relacionados ao ex-ministro.
A defesa de Dirceu, representada pelo advogado Roberto Podval, afirmou que o ex-ministro recebeu a decisão “com tranquilidade”, ressaltando que os processos foram utilizados politicamente para prejudicar Lula e seus aliados.