Seis pacientes contraíram HIV após transplantes de órgãos no Rio de Janeiro, devido a exames incorretos realizados pelo laboratório PCS Lab Saleme, na Baixada Fluminense. As investigações apontam que dois doadores, cujos testes deram falso negativo para o vírus, foram a origem da infecção. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) iniciou uma investigação após os casos se tornarem públicos, e este é o primeiro incidente desse tipo no Brasil.
Falha Operacional por Lucro De acordo com a Polícia Civil, os exames errados foram causados por uma decisão operacional dentro do laboratório, visando aumentar o lucro. O laboratório teria alterado o procedimento de checagem dos reagentes usados nos testes, comprometendo a segurança e resultando nos falsos negativos. Um dos sócios do PCS Lab, Walter Vieira, foi preso, junto com outros envolvidos, como parte da operação "Verum", que investiga o caso.
Repercussão e Medidas O Ministério da Saúde determinou a interdição cautelar do PCS Lab e exigiu que todos os testes de transplantes no estado do Rio de Janeiro sejam realizados pelo Hemorio. Além disso, uma reanálise de 300 exames de outros pacientes do laboratório está em andamento. O Ministério Público também recomendou que as análises de sangue para transplantes sejam rigorosamente supervisionadas para evitar novos incidentes.
Posicionamento do Laboratório O laboratório PCS Lab Saleme afirmou, em nota, que iniciou uma sindicância interna e que prestará suporte médico e psicológico aos pacientes afetados. Os sócios negaram qualquer envolvimento em um esquema criminoso e afirmaram que prestarão todos os esclarecimentos à Justiça. As investigações continuam.