Uma disputa interna está abalando a relação histórica entre o partido Republicanos e a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). De um lado, Marcos Pereira, presidente nacional do partido e articulador político da igreja, trabalha para profissionalizar o Republicanos, distanciando-o da influência direta da IURD. Do outro lado, o bispo Alessandro Paschoall, líder do braço político da igreja, cobra que o partido continue alinhado aos interesses da denominação.
O conflito surgiu em meio a uma divergência de visões: enquanto Pereira, respaldado por Edir Macedo, fundador da Universal, busca uma maior independência do partido, Alessandro defende a manutenção do controle político da igreja sobre o Republicanos. Essa tensão tem causado efeitos visíveis, como a redução da bancada da igreja em algumas regiões, incluindo a capital do Rio de Janeiro, que passou de cinco para apenas dois vereadores.
Apesar do crescimento nacional do Republicanos nas últimas eleições municipais, com a eleição de 430 prefeitos e 4.645 vereadores, a crise entre o partido e a IURD se aprofundou. A ala que apoia a profissionalização do partido comemora os resultados, enquanto o grupo da igreja sente o impacto da perda de espaço.
Com a possibilidade de um cisma iminente, há até quem defenda a volta do bispo Rodrigues, antigo articulador político da Universal. No entanto, o futuro da relação entre a IURD e o Republicanos permanece incerto, e muitos já cogitam uma debandada de políticos ligados à denominação, especialmente nas próximas eleições de 2026.