Na próxima quarta-feira (2), um eclipse anular do Sol promete encantar observadores na Região Sul e em partes do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Esse tipo de eclipse acontece quando a Lua, ao passar entre a Terra e o Sol, não cobre totalmente o astro-rei, deixando um aro brilhante, conhecido popularmente como “anel de fogo”. A última ocorrência desse fenômeno no Brasil foi em outubro de 2023.
De acordo com o Observatório Nacional, a visibilidade será parcial em grande parte do território nacional, com melhor observação nos estados da Região Sul, como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além das áreas ao sul do Sudeste e Centro-Oeste, incluindo parte de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Em cidades como Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis, a Lua cobrirá uma porção significativa do Sol, proporcionando uma experiência mais intensa do fenômeno. No entanto, em áreas mais ao norte, como no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, a visualização será mais sutil. Para aqueles que estiverem no Norte e Nordeste do país, o eclipse não será visível.
Diferente de um eclipse total, no qual a Lua encobre totalmente o Sol, o eclipse anular ocorre quando o satélite está em seu apogeu — o ponto mais distante da Terra em sua órbita — e, portanto, aparenta ser menor no céu. Por isso, ele não consegue bloquear completamente o disco solar, formando o famoso “anel de fogo”.
Esse fenômeno pode ser visto em uma estreita faixa que passa pelo Oceano Pacífico e o extremo sul da América do Sul, abrangendo partes do Chile e da Argentina. No Brasil, embora não tenhamos a visualização completa do “anel de fogo”, a experiência do eclipse parcial ainda será de grande valor para observadores e entusiastas da astronomia.
A observação direta do eclipse sem proteção pode causar danos irreversíveis à visão. Óculos de sol comuns, chapas de raio-X e outros filtros improvisados não são adequados para proteger contra a intensa radiação solar. Especialistas recomendam o uso de óculos especiais para observação solar ou filtros de soldador com grau de proteção 14.
Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional, reforça a importância de tomar todas as precauções necessárias. “Nunca olhe diretamente para o Sol sem proteção adequada. Os danos à retina podem ser permanentes, mesmo em um curto período de exposição. É preciso usar filtros certificados para garantir a segurança.”
O eclipse acontecerá no final da tarde, próximo ao pôr do sol. Em cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, ele começará por volta das 17h01, atingirá o seu ponto máximo às 17h42 e terminará às 17h52, quando o Sol se esconderá no horizonte. A observação será ideal em locais com uma visão desobstruída do céu, principalmente em áreas com baixa poluição luminosa.
Quanto mais ao sul do Brasil, maior será a área do Sol eclipsada pela Lua. “Esse será um momento único para quem estiver na Região Sul. A oportunidade de ver um eclipse parcial tão expressivo não acontece todos os anos”, afirma Nascimento.
Para quem não conseguir assistir ao fenômeno ao vivo, o Observatório Nacional, em parceria com astrônomos do Projeto “Céu em Sua Casa” e a organização internacional Time and Date, realizará uma transmissão ao vivo no YouTube. A última transmissão de um eclipse anular, em outubro de 2023, superou 2,2 milhões de visualizações, e a expectativa é de um grande público novamente.
Eclipses do Sol e da Lua frequentemente ocorrem em sequência. O eclipse anular do dia 2 de outubro está relacionado ao eclipse parcial da Lua que aconteceu em 17 e 18 de setembro. Isso acontece por conta da inclinação da órbita lunar em relação à Terra, fazendo com que esses eventos ocorram de maneira quase simultânea em algumas ocasiões.
Caso perca a oportunidade de observar o eclipse anular desta quarta-feira, não se preocupe. Nos próximos anos, o Brasil será palco de outros eventos astronômicos importantes. Em 2027, por exemplo, um eclipse total do Sol será visível em partes do Nordeste do país, e em 2045, um eclipse anular completo poderá ser visto em diversas regiões.
Por enquanto, prepare-se para o fenômeno desta quarta-feira e não se esqueça: observar com segurança é essencial para aproveitar cada detalhe sem colocar a saúde em risco.