O incêndio que devastou mais de 200 hectares de fazendas e sítios na região da Amizade, zona rural de Itaocara, no início de setembro, virou alvo de inquérito policial. A 135ª Delegacia Legal de Itaocara recebeu o caso após uma denúncia feita por agentes da 3ª Unidade de Polícia Ambiental, que identificaram a área queimada durante patrulhamento.
O fogo destruiu pastagens e áreas de mata em diferentes estágios de regeneração, inclusive em Áreas de Preservação Permanente (APP), nas proximidades do Rio Paraíba do Sul e do Córrego Santa Clara. As autoridades tratam o caso como crime ambiental, incluindo "provocar fogo em florestas" e "impedir a regeneração natural", que pode resultar em até quatro anos de reclusão, além de multas que variam de R$ 3 mil a R$ 10 mil por hectare destruído.
A Polícia Civil solicitou uma perícia para investigar as causas do incêndio, que teria começado às margens da RJ-158, perto da Fazenda da Passagem. Em poucas horas, o fogo se espalhou pela Fazenda Amizade e alcançou áreas próximas, afetando sítios e fazendas ao redor.
As queimadas em Itaocara já atingiram mais de 2 mil hectares, tornando este o pior cenário desde 2017. A prefeitura analisa a possibilidade de decretar estado de emergência. Se for comprovado que o incêndio foi criminoso, as multas podem ultrapassar R$ 600 mil.
Esse caso se soma a uma série de incêndios em todo o estado do Rio de Janeiro, que motivaram a "Operação Curupira", lançada na semana passada pela Polícia Civil. A operação já resultou na identificação de 34 suspeitos, com nove indiciados e cinco presos até o momento.
As investigações continuam, e a comunidade aguarda respostas sobre os responsáveis por essa tragédia ambiental que ameaça o ecossistema local e as propriedades rurais de Itaocara.