O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 10 votos a 2, a abertura de investigação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). O parlamentar é acusado de empurrar e expulsar um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) durante uma sessão, após o militante insultar sua mãe, que estava gravemente doente.
Em defesa, Glauber Braga alegou que sua reação foi motivada pelas ofensas pessoais e emocionais direcionadas à sua mãe. Em sessão anterior, o deputado acusou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o relator do processo, Paulo Magalhães (PSD-BA), de articularem sua cassação. "Vossa Excelência assume no microfone o compromisso de que não vai aparecer em nenhum vídeo, em nenhum áudio, pedindo que colocasse o relatório nesses termos?", questionou Glauber.
Magalhães, por sua vez, negou qualquer influência externa e defendeu a admissibilidade do processo. "Meu voto é contra Vossa Excelência", respondeu o relator, ressaltando que o Conselho de Ética tem o dever de investigar as acusações.
Já a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) argumentou que o Conselho de Ética tem sido desproporcional, aceitando poucas representações e questionando a seletividade das decisões. Segundo ela, a reação de Glauber ocorreu em um momento sensível, poucos dias antes do falecimento de sua mãe.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, repudiou o comportamento do deputado em nota oficial, afirmando que atitudes como xingamentos e agressões são incompatíveis com a conduta parlamentar. Glauber Braga já responde a outro processo no Conselho de Ética por agressão a uma pessoa dentro da própria Câmara.