Todos os 92 municípios do estado do Rio de Janeiro estão enfrentando algum grau de seca, de acordo com um levantamento recente do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN). Dentre esses, quase metade passa por seca fraca ou moderada, enquanto a seca grave afeta principalmente as regiões Serrana, dos Lagos, Norte e Noroeste Fluminense.
A situação é ainda mais crítica em sete municípios das regiões Norte e Noroeste, que enfrentam uma seca extrema: Itaocara, Aperibé, Santo Antônio de Pádua, Miracema e São José de Ubá no Noroeste, além de São Francisco do Itabapoana e Carapebus no Norte do estado.
De acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA), secas extremas são fenômenos que, em média, ocorrem a cada 20 a 50 anos. No entanto, o Noroeste Fluminense tem registrado episódios semelhantes em 2014, 2017, 2019 e agora em 2024. Este fenômeno, que deveria ocorrer apenas uma vez a cada duas décadas, já se repete pela quarta vez em apenas dez anos, causando grandes perdas nas culturas agrícolas, pastagens e gerando uma escassez de água generalizada.
As previsões para os próximos meses não são animadoras. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) alerta que setembro deve ser ainda mais quente e seco do que o habitual, o que pode intensificar a crise hídrica na região e agravar os impactos já sentidos pela população e pela agricultura local.
Diante desse cenário, a preocupação aumenta entre os produtores rurais e os gestores públicos, que precisam lidar com os efeitos da escassez de água em um contexto de mudanças climáticas que parecem estar alterando a frequência e a intensidade dos fenômenos naturais na região.