O Ministério da Saúde registrou, nesta quinta-feira (8), o primeiro caso de um bebê que nasceu com anomalias congênitas possivelmente associadas à transmissão do vírus Oropouche durante a gestação. O recém-nascido, que viveu apenas 47 dias, era do Acre e apresentava microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias. A mãe havia manifestado sintomas da febre Oropouche no segundo mês de gravidez, e exames pós-parto confirmaram a presença do vírus no bebê.
Embora os exames tenham identificado o vírus Oropouche na criança e descartado outras hipóteses de diagnóstico, o Ministério da Saúde enfatizou que uma investigação mais detalhada ainda é necessária para confirmar a relação entre a infecção durante a gestação e as anomalias congênitas observadas.
Em comunicado oficial, a pasta informou que está monitorando a situação do Oropouche em tempo real por meio da Sala Nacional de Arboviroses. O governo pretende lançar, nos próximos dias, o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, que incluirá medidas contra dengue, Zika, chikungunya e Oropouche.
A febre Oropouche, transmitida principalmente pelo mosquito maruim, é uma arbovirose que compartilha sintomas semelhantes aos da dengue, como febre súbita, dores musculares e articulares, náuseas e fotofobia. Este ano, o Brasil registrou 7.497 casos da doença, com maior incidência nos estados do Amazonas e Rondônia. Na semana passada, o país contabilizou as duas primeiras mortes pela doença, ocorridas na Bahia, e outro óbito está sob investigação em Santa Catarina.