O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta quinta-feira, a prefeita de Quissamã, Maria de Fátima Pacheco, e seu chefe de Gabinete, Luciano Lourenço, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A denúncia aponta que os dois teriam recebido propina para assegurar um contrato emergencial de quase R$ 2,2 milhões para a instalação de um hospital de campanha durante a pandemia de Covid-19.
Segundo o MPF, a prefeita e o chefe de gabinete receberam dois cheques no valor total de R$ 120 mil como pagamento de propina, através de terceiros, para facilitar a contratação da empresa responsável pelos serviços. A denúncia solicita o ressarcimento ao município, a cassação do mandato de Maria de Fátima e a exoneração de Luciano Lourenço.
O MPF alega que a contratação foi marcada por irregularidades, incluindo um processo de contratação direcionado e uma pesquisa de preços atípica. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) também apontou problemas no processo de licitação, que, segundo o MPF, foi uma formalidade para disfarçar o esquema de corrupção.
A prefeita negou as acusações, chamando-as de ataque político em ano eleitoral e prometendo se defender quando formalmente citada. O MPF afirma que o pagamento da propina visava quitar uma dívida antiga de R$ 220 mil com um empresário local, Genivaldo da Silva Cantarino, que havia movido ações contra Maria de Fátima e Luciano.