O presidente da Câmara Municipal de Cantagalo (RJ) e pré-candidato a prefeito, Ciro Fernandes, fez um protesto inusitado durante a sessão legislativa de quinta-feira, 20/6, ao utilizar uma mordaça na tribuna. O gesto foi uma resposta a uma decisão judicial da 101ª Promotoria Eleitoral que o proíbe de mencionar o nome da vice-prefeita, Emanuela Teixeira Silva.
A decisão liminar, solicitada pelo partido Solidariedade, alega que Fernandes tem usado suas redes sociais e a tribuna da Câmara para difamar e caluniar Emanuela Teixeira Silva, configurando propaganda antecipada. A liminar exige a remoção de conteúdos ofensivos das redes sociais e sessões legislativas no YouTube, estipulando uma multa diária por descumprimento.
Em sua defesa, Fernandes afirmou que respeita a decisão, mas pretende recorrer. Ele considera a liminar uma tentativa de censura que silencia o Legislativo e impede o cumprimento de seu dever fiscalizador. "Estão querendo calar a minha voz, a voz do povo de Cantagalo. É muito triste tentar calar um Legislativo. É dever, obrigação e direito do vereador fiscalizar", declarou Fernandes.
A decisão judicial levantou debates sobre a linha tênue entre justiça eleitoral e censura. Fernandes argumenta que a proibição de mencionar a vice-prefeita limita sua liberdade de expressão e função fiscalizadora. Ele tem se posicionado contra práticas que considera imorais na administração pública, mencionando especificamente o escândalo do CEPERJ que afetou o município e o Estado.
O uso da mordaça por Fernandes simboliza sua resistência e critica a decisão judicial, destacando as tensões entre diferentes poderes e a importância da liberdade de expressão na política. A situação em Cantagalo reflete um cenário mais amplo de desafios na administração pública e na fiscalização das ações de seus representantes.
Enquanto o caso segue em análise, a comunidade aguarda os próximos desdobramentos, atentos aos impactos que tais decisões podem ter na política local e na gestão pública de Cantagalo.